sexta-feira, 4 de setembro de 2009

INICIAÇÃO AO GRAAL


Nas lendas arturianas dos séculos cristãos, está clara a iniciação que é retratada na procura do Santo Graal.

Conta-se que todo aquele que saía a sua procura, tendo encontrado o castelo do Graal, tinha que passar por um certo teste.
Se assim fizesse, o Rei Pescador seria curado e as Terras Desoladas tornar-se-iam férteis outra vez.
O teste consistia em perguntar o que significavam as maravilhas que via, quando os objetos sagrados eram expostos, e a quem o cálice do Graal servia.
Se não perguntasse, o castelo, o rei, o Graal, tudo se dissolveria como um sonho e as terras permaneceriam estéreis, até que ele ou um outro pudesse alcançar o castelo novamente, quando haveria uma segunda chance de fazer a pergunta.

Quando, Percival pela primeira vez alcançou o castelo do Graal, ficou tão dominado pelo terror e admiração, causado pela misteriosa procissão do Graal e da Lança e com seus seguidores que não perguntou sobre eles.

Gawain, da mesma maneira, foi dominado pelo sono no momento crítico, de maneira que também não perguntou o seu significado.
Aqui vemos que é a compreensão que liberta a paralisia da inconsciência.

Ver as imagens do inconsciente não é o bastante.
Ao menos que entendamos seu significado, permanecemos espiritualmente crianças, sujeitos ao feitiço do destino.
O inconsciente é uma presença poderosa e contínua.
Toda a vida existe a partir dessa noite interior e fecunda sobre tudo o que fazemos, pensamos e sentimos. Somos todos cálices que contêm tesouros.
No entanto, aspectos desses tesouros são mais escuros e mais perigosos do que nos permitimos imaginar.
Quando o inconsciente se ilumina, suas forças escuras nos libertam.
No entanto, é precisamente nesse limiar que cada indivíduo é guardião e sujeito da própria transformação.
A maçaneta está do lado interno da porta, mas cabe somente a nós ter coragem para abri-la.

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