quarta-feira, 26 de agosto de 2009

O MITO DE INANA- ISHTAR E ERESHKIGAL


ORAÇÃO Á DEUSA

Ó deusa dos homens, ó deusa das mulheres,

Tu, cujo desígnios ninguém pode compreender,

Onde olhas com compaixão o morto vive outra vez,

O doente é curado, o aflito é salvo de sua aflição.

Eu, teu servo, pesaroso, em suspiros

E em angústia, te imploro.

Considera-me, ó minha senhora,

E aceita a minha súplica.

Compadece-te de mim e ouve a minha oração!

Grita para mim "Basta!" e deixa que

O teu espírito seja apaziguado.

Por quanto tempo irá meu corpo, que está cheio

De inquietação e confusão, lamentar?

Guia meus passos na luz, que entre os homens

Eu possa gloriosamente procurar o meu caminho!

Deixa minha oração e minha súplica chegar a ti,

E deixa tua grande compaixão cair sobre mim,

Para que aqueles que para mim olharem,

Possam exaltar o teu nome,

E que eu possa glorificar a tua divindade

E o teu poder diante da humanidade!

Há muitas histórias sobre a descida da Deusa, o mito de Coré-Perséfone dos gregos, a Psique romana, ou as heroínas de contos de fadas que vão até a mãe Hulda, Baba Yaga ou a bruxa da casa de pão de mel.

O mito mais antigo que se conhece sobre esse motivo foi escrito pelos sumérios no 3º milênio antes de Cristo ( mas provavelmente é mais antigo, remontando a tempos anteriores a própria escrita). Ele é conhecido como a "Descida de Inana", a rainha suméria do céu e da terra.

No poema sumério, Inana decide ir ao mundo subterrâneo, como precaução a Deusa dá instruções a Ninshubur, sua serva de confiança, no sentido de pedir ajuda aos deuses para garantir o seu retorno, caso ela não volte em três dias.

Inana é detida na primeira porta do mundo inferior, onde revela a sua identidade. O guardião informa a Ereshkigal, a rainha do grande abismo, que a rainha do céu pede para ser admitida à "terra de onde não há retorno" para presenciar os funerais de Gugalana, marido de Ereshkigal.

Ereshkigal determina que Inana seja tratada de acordo com as leis e ritos destinados a todos que entram no seu reino: ela deve ser trazida a sua presença "nua e curvada" (como os sumérios eram colocados no túmulo).

O guardião executa as sua ordens, a cada uma das sete portas de entrada ele remove uma das vestes de Inana. Agachada e desnuda ela entra no submundo e seu corpo é enfiado em um poste,(ela é crucificada).
No 3º dia vendo que Inana não volta Ninshubur coloca em execução suas instruções de levantar os deuses e o povo com tambores fúnebres e lamentações.

Ninshubur dirige-se aos Deuses Enlil e Nana ambos recusam-se a interferir, finalmente Enki deus das águas e da sabedoria, ouve o apelo de Ninshubur e resgata Inana, utilizando-se de dois carpidores feitos com a sujeira de suas unhas.

Estes descem ao mundo inferior sem serem notados, levando alimento e a água da vida que Enki lhes dera para ressuscitar Inana, ao verem Ereshkigal que gemia em dores de parto, compadecem-se dela e com essa atitude asseguram a libertação de Inana, Ereshkigal se sente tão grata pela empatia deles, que finalmente, entrega o corpo de Inana.

Inana restituída a vida é avisada de que precisará mandar alguém ao mundo inferior para ocupar o seu lugar. Para agarrar essa vítima de sacrifício os servos de Ereshkigal a rodeiam, enquanto ela retorna através das sete portas e exige suas vestes.

Na busca de um substituto Inana não entrega nenhum daqueles que choraram a sua morte, mas na sua busca, encontra-se com Dumuzi (Tamuz), sentado feliz da vida no trono de Inana, ela então o entrega aos servos de Ereshkigal, ele tenta fugir com a ajuda de sua irmã Geshtinana, mas não consegue; então Inana decide que ambos os irmãos devem dividir a condenação, e passar seis meses cada um no mundo subterrâneo.

Os poderes da Deusa Inanna

Inana era a deusa do amor, do erotismo, da fecundidade e da fertilidade, entre os antigos Sumérios, sendo associada ao planeta Vênus. Era especialmente cultuada em Ur, mas era alvo de culto em todas as cidades sumérias.

No ciclo da Deusa Inanna há a criação, a reprodução e a destruição.
Hoje a Deusa pode ser visualizada como um ciclo da criação, da destruição e do renascimento, nos mostrando os aspectos luminosos e obscuros da Deusa, e da nossa personalidade.

Aventure-se na busca de seu conhecimento, da sua personalidade, da sua sombra, do seu poder, pois é só assim que alcançará o equilíbrio, a iluminação e a conclusão.

JORNADA AO SUB-MUNDO

Para realizar esta jornada você necessitará em primeiro lugar de um recinto fechado, de preferência chaveado para ter o máximo de privacidade, livre de interferências.

Outros materiais:

1 vela branca (colocada à sua frente)
1 taça com água (à direita)
1 incenso (à sua escolha, pode ser colocado à esquerda).
1 espelho virgem

Como a Deusa Inanna você escolheu fazer esta viagem ao sub-mundo, portanto é necessário tenha consigo 7 objetos para se desfazer, podem ser peças de roupa, bijouterias (colar, brincos etc...).
Crie um espaço sagrado no seu imaginário, sente-se ou fique em pé, em frente à vela e invoque a Deusa com suas próprias palavras ou diga:

“Oh Inanna, Rainha do Céu e da Terra,
Que regenera os destinos à cada lua nova,
Me envolva com seu manto de sabedoria,
Me guie nesta viagem, que já lhe é tão conhecida,
Estou disposta(o) à descer ao sub-mundo
para compreender sua magia e mistérios,
pois estes conhecimentos são necessários
para a evolução de minha alma.
Deusa Inanna, poderosa rainha dos povos antigos
Abençoa-me na luz da sua consciência!”
Se quiser coloque uma música!
Quando estiver pronta(o), faça uma respiração profunda, desapegando-se de tudo. Feche os olhos.
Inspire e relaxe o corpo.
Agora abra os olhos e se encare-se no espelho.
Lentamente comece a tirar sua roupa, dando a cada uma delas o nome de um elemento que é negativo em sua vida (inveja, ciúme, raiva,etc).
Diga adeus a estes elementos e deixe as vestes caírem ao chão.
Feito isso, sente-se em frente a vela.
Inspire e expire lentamente por três vezes, feche os olhos e visualize então a entrada de uma caverna.
Você está diante dela e deve entrar. Lá dentro é seguro e você descerá bem fundo, até ver uma luz no fim deste túnel.
Entre sem medo e chame sua sombra. Qual é sua aparência? Como ela faz você sentir? O que ela tem para lhe dizer? Tente conversar com ela por um determinado tempo.
Se tiver medo quando encontrar este seu lado sombrio, continue respirando profundamente e reconheça o medo, ele está ali para ajudá-la(o).
Ser capaz de testemunhar todos os aspectos de nós mesmos, com ou sem medo, e reconhecer estes aspectos é o que nos leva à totalidade.
Após conversar com sua sombra, agradeça e despeça-se dela.
Agora é hora de voltar, portanto diga adeus à sua sombra e caminhe de volta ao túnel, sentindo-se energizada(o), revigorada(o).
Suba cada vez mais até chegar a entrada da caverna.
Respire fundo e, enquanto solta o ar, volte ao seu corpo.
Respire fundo mais uma vez e quando estiver pronta(o) abra os olhos.

Feliz Retorno!

Agradeça a presença da Deusa Inana!

Lembre-se de que a respiração profunda faz toda diferença.
Se a vela ainda não terminou, deixe que queime até acabar, após recolha os restos da vela, a água e coloque em um jardim ou vaso de planta, guarde o espelho envolto em um tecido preto onde ninguém possa mexer.

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ALINE SANTOS: É Jornalista, Terapeuta Holística, Taróloga, Cabalista, Professora, Escritora, Palestrante, e atende nas áreas de Florais de Bach, Fitoterapia, Aromaterapia, Terapia com cristais, Reiki, Cura Prânica e Tarô Terapêutico.
EMAIL:
arcanjo.azul@hotmail.com

O RETORNO DA DEUSA


O retorno da Deusa, para renovação baseada no espírito feminino, é um aspecto vitalmente importante na busca que a mulher moderna empreende em direção a sua totalidade.
Nós mulheres que alcançamos sucesso no mundo, somos via de regra, "filhas do pai", ou seja, somos bem adaptadas a uma sociedade patriarcal (de orientação masculina), e acabamos por repudiar nossos próprios instintos e energias mais essencialmente femininos; rebaixando-os e deformando-os da mesma forma que a sociedade patriarcal o fez.
Precisamos retornar a esse mundo e redimir o que o patriarcado freqüentemente considera apenas como uma ameaça perigosa (instinto, intuição), chamando-a de mãe terrível, dragão ou bruxa. O ego patriarcal dos homens, e também o das mulheres, para atingir o estágio heróico de disciplinamento do instinto, de esforço e de progresso voou para longe da Deusa. Tentaram matá-la ou dividi-la em pedaços para tirar-lhe a potência.
Mas é em direção a eles, e especialmente aos seus aspectos reprimidos pela cultura, as profundezas ctônicas, caóticas, inelutáveis (subconscientes) , que o novo ego, bem equilibrado através das energias Yin e Yang em seu processo de individuação, deve retornar para o encontro de sua matriz e da força incorporada e flexível que lhe permitam ser ativo e vulnerável e conquistar uma base própria, como também relacionar-se com os outros de maneira que se possa sentir, o que se sentiria caso se estivesse na situação e circunstâncias experimentadas, e vivenciadas por outra pessoa.
Esse retorno é freqüentemente considerado como um modelo de desenvolvimento feminino.
É o que Erich Neumann chama de reconexão com o si mesmo, mas Adrienne Rich descreve assim:
"A mulher que eu precisava chamar de mãe foi silenciada antes de eu ter nascido".
Infelizmente, a maioria das mulheres modernas, na verdade quase todas, não receberam desde o início os cuidados da mãe.
Pelo contrário, foram criadas em lares difíceis, de autoridade abstrata e coletiva ( ditado pela sociedade patriarcal) (cortadas do contato com a terra, lado intuitivo, feminino, matriarcal), cheio dos "é preciso", dos "deve-se", dos "é preciso que", dos "tem que" do superego.
Então acabaram por identificar-se com o pai e a cultura patriarcal, alienando-se de sua própria base feminina e da mãe pessoal, que freqüentemente é considerada por elas como fraca e irrelevante. Essas mulheres têm a necessidade urgente de se defrontarem com a Deusa em sua realidade fundamental.
Uma conexão interior dessa natureza é uma iniciação essencial para a maior parte das mulheres modernas do Ocidente; sem ela não poderão ser completas.
Esse processo requer, a um só tempo, um sacrifício de sua identidade como filhas espirituais do patriarcado, e uma descida para dentro do espírito da Deusa, porque uma extensão enorme da força e da paixão do feminino está adormecida no mundo subterrâneo, no exílio há mais de 5000 anos.


ALINE SANTOS: É Jornalista, Terapeuta Holística, Taróloga, Cabalista, Professora, Escritora, Palestrante, e atende nas áreas de Florais de Bach, Fitoterapia, Aromaterapia, Terapia com cristais, Reiki, Cura Prânica e Tarô Terapêutico.

EMAIL: arcanjo.azul@hotmail.com