sexta-feira, 27 de novembro de 2009

3. MULHER-AFRODITE


Desde que a Deusa Afrodite emergiu nua das espumas das ondas do mar em toda a sua glória, curvulínea com seu cabelo dourado,na célebre concha de Vieira como foi representada por Sandro Botticelli, artistas a pintaram e a esculpiram, poetas reverenciaram sua beleza e músicos a cantaram em melodias.

A deusa Afrodite sempre ocupou um lugar de destaque no Olimpo.

Para mérito eterno dos gregos, eles jamais se dispuseram a lançar fora suas divindades femininas em favor de um único Deus Pai como fizeram os primeiros judeus e cristãos.

E assim, Afrodite pode permanecer, junto com outras deusas, continuando a ser muito amada, embora ocupando uma posição um tanto ambígua as margens da sociedade urbana grega.
A mulher Afrodite é reconhecida pela a sua atratividade e não apenas pela a sua aparência.
O arquétipo de Afrodite cria um carisma pessoal, um magnetismo ou eletricidade que combinado com atributos físicos tornam esta mulher muito atraente e sexy.

Em nossa época, Afrodite dá toda a impressão de ter trocado o Olimpo por Hollywood.
Grandes beldades das telas do cinema como Maryln Monroe, Sharon Stone, parecem ter encarnado a nossa amada deusa.
Entretanto, não para aí, pois seu culto é universal!

Diariamente, seriados,novelas da TV, romances vendidos em bancas de revistas e escândalos políticos, revivem histórias imemoriais de paixão, ciúmes, inveja e traição.
Nunca uma deusa foi tão íntima e pública como Afrodite!

Ela é antes de tudo uma presença sensual, como um sol vibrante, que brilha, queima e despedaça corações.

É fácil identificá-la, adora roupas caras, jóias, perfumes e adornos de todo o tipo.

Hoje ela domina o mundo da moda, cosméticos, e o glamouroso universo do cinema da televisão e das revistas.

Graças ao seu talento em manobrar sentimentos e os projetos criativos do homem, a mulher-Afrodite consegue manifestar o que Jung chamou de "anima"do homem, ou seja, "a mulher que ele deseja, não necessariamente a que ele necessita ou com a qual pretenda se casar ou constituir familia" .
Quando apaixonada ela aumentará tremendamente a confiança de seu amado, pois acima de tudo, Afrodite quer que seus relacionamentos amorosos tenham coração.
A mulher-Afrodite não dá a mínima para as exigências sociais de um "bom casamento", que é o desejo de Hera.

Considera o amor maternal de Deméter muito unilateral e o "casamento de mentes verdadeiras" de Atena excessivamente mental.

Mas a lição mais dura para a mulher-Afrodite é a que no mundo de hoje, ela será sempre "a outra" para a maioria dos homens.

Isto faz parte do antigo triângulo arquetípico característico do universo masculino (patriarcal), no qual poderá estar envolvida diversas vezes ao longo da vida.
A liberdade sexual de Afrodite não pode ser tolerada por nenhuma esposa, pois ameaça a própria estrutura da sociedade patriarcal.

A instituição do concubinato ou da prostituição é na realidade um resquício mutilado das grandes sociedades matrilineares da antiguidade que adoravam a Grande-Mãe e que foram deturpados através dos séculos pela sociedade patriarcal.
Para a maioria das pessoas, é mais seguro deixar que Afrodite viva exclusivamente na imaginação dos livros, filmes, TV e mexericos, do que permitir que a Deusa do amor e da sensualidade aflore e faça parte da vida das mulheres comuns, pois após tantos anos de negação e mutilação da mulher pela sociedade patriarcal, esta energia acumulada e desequilibrada causaria muitos danos até equilibrar-se novamente.

Mas negar a natureza sempre causa desequilíbrios, e seria bem melhor atenuar os efeitos desastrosos incorporando Afrodite de maneira suave na vida das mulheres juntamente com as outras deusas.

Grande parte das chagas da mulher-Afrodite decorrem do fato de ela estar alienada das outras deusas.


Ela seria beneficiada com a capacidade de raciocínio de Atena, também, se conseguisse superar sua aversão ao casamento segundo os padrões de Hera, e pedir a ela que a ajudasse a obter respeito social e um lugar mais confortável no mundo moderno.

Gostaria de concluir este texto dizendo que Afrodite está recuperando a dignidade e poder de outrora.

Mas, infelizmente isso não acontece. Viver plenamente como mulher-Afrodite é tarefa difícil e dolorosa, sob muitos aspectos na sociedade regida por padrões patriarcais.

É bem mais confortante viver confiante e protegida e racionalmente como Atena obedecendo aos valores patriarcais, ser esposa aceita pela sociedade como Hera, ser reclusa como Artemis ou tornar-se mãe de muitos filhos como Deméter, do que viver intensamente uma paixão, "Apesar de ser isso que toda mulher na realidade deseja".

"O PESO DA SOCIEDADE PATRIARCAL SEMPRE RECAI SOBRE A MULHER- AFRODITE QUE ARRISCA TUDO POR UMA PAIXÃO".

Esta é realmente a chaga de Afrodite a não aceitação pela sociedade.


Referência: Referência: As Deusas e a Mulher - Jean Shinoda Bolen
A Deusa Interior - Jennifer Barker Woolger/Roger J. Woolger


ALINE SANTOS: É Jornalista, Terapeuta Holística,Taróloga,Cabalista, Professora,Educadora Patrimonial, Escritora, Numeróloga, Pesquisadora de Ciências Ocultas, Palestrante, e atende nas áreas de Florais de Bach, Fitoterapia, Aromaterapia, Terapia com cristais, Reiki, Cura Prânica, Tarô Terapêutico e Numerologia.
E-mail: arcanjo.azul@hotmail.com

3 comentários:

  1. olá adorei o texto..tambem sou fa da Jean Bolen...e da psicologia junguiana. Sucesso e felicidades ao levar mais informação as mulheres!!! Juliana Naturologa

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  2. adorei,tras todas as informoçãoes que nos presisavamos muito obrigaga...
    com esse texto eu vou tirar nota 10..
    kkkkkkkkkkkk'

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