sexta-feira, 27 de novembro de 2009

5. MULHER-PERSÉFONE


A Deusa Perséfone, que os romanos chamavam de Prosérpina ou Coré é melhor conhecida através do "Hino de Demeter", de Homero, que descreve seu rapto por Hades.

Foi adorada de dois modos, como a jovem ou Coré, ou como Perséfone a rainha do inferno.
Como Coré é associada a juventude e a fertilidade, como Perséfone é uma deusa experiente associada aos mortos e ao mundo avernal, guia os vivos que visitam o mundo das trevas, e pede para si o que deseja.

Embora não fosse uma dos doze deuses olímpicos, foi figura central dos Mistérios de Elêusis.

Ao contrário de Hera e Demeter, que representam padrões arquetípicos ligados a fortes sentimentos instintivos, Perséfone prpporciona a estrutura da personalidade, ela predispõe a mulher a não agir, mas a ser complacente na ação e passiva na atitude.
É provável que a mulher-Perséfone não impressione no primeiro encontro, mas ela também não tem a pretensão de se afirmar intensamente.

Não possui a solidez de propósito de Artemis, nem conta com o terreno firme onde pisa a Hera.

Mas há uma peculiaridade na mulher-Perséfone, uma qualidade que lhe é inata, a sua vulnerabilidade espiritual.

Em sua fragilidade, percebe-se o anseio por afeição e intimidade profunda.

Esta mulher é envolta por uma aura de mistérios. O seu mundo é paranormal, mas ela se sente atraída pelos ensinamentos da metafísica mais do que pelas ciências naturais convencionais.

Tão poderosa é a autoridade do materialismo científico de nossa sociedade que esta mulher é considerada excêntrica ou alienígena para muitos.
Para os gregos, Perséfone era a Rainha distante do Mundo Avernal, que vigiava a alma dos mortos.


Ma ela era conhecida também como a virgem donzela Coré, que foi seqüestrada de sua mãe, Deméter pelo Deus Hades.

Sua descida ao mundo avernal ao ser raptada por Hades é uma das histórias mais conhecidas de toda a mitologia grega.

Mas o que é avernal?

Na linguagem da psicologia moderna, seria chamado de inconsciente.

De modo que Perséfone é aquela que foi sorvida não apenas pelo inconsciente, pelo desconhecido, por tudo o que é reprimido e sombrio (Freud), mais ainda mais profundamente pelo inconsciente coletivo, o mundo das potestades e poderes arquetípicos (Jung).

Uma mulher pode vivenciar isto de diversas maneiras: uma tragédia na infância, a perda de uma pessoa da família ou de um grande amor.

Compreender o significado da descida de Perséfone é particularmente urgente nos dias de hoje.

Muitas mulheres e homens, estão descobrindo seus talentos mediúnicos e sua aplicação na leitura dos tarôs, nas curas espirituais, meditações, etc.

Mas passar a maior parte da vida "entre espíritos" pode exercer uma enorme pressão psíquica, especialmente quando suas habilidades sejam erroneamente interpretadas ou temidas.


Mais do que com qualquer outra deusa, a mulher-Perséfone pode sofrer uma profunda alienação, que pode levá-la a um colapso. Ela pode não ser suficientemente consciente de si mesma para ser capaz de retratar um quadro de como sua vida é subjetiva.
a mulher- Perséfone deve tornar-se autoconsciente e analisar a si mesma e a seus motivos em vez de simplesmente existir.
Para isso é importante que busque as suas deusas irmãs para ajudar a equilibrá-la.

De Deméter, talvez precise do senso do corpo e da terra, da materialidade para fazê-la colocar os pés no chão.

De Atena, uma certa racionalidade e objetividade acerca de seu potencial, de Ártemis a independência e a liberdade. e assim por diante.

Nós bruxas, sensitivas, terapeutas estamos classificadas na mulher-Perséfone.
Quando a Igreja perseguiu nossas irmãs bruxas e todas as pessoas que se dedicavam a ser guias espirituais, ela também suprimiu a antiga sabedoria da Deusa Perséfone.

O que se perdeu foi o segredo da Perséfone madura, a sabedoria daquela que conhece os mecanismos da vida e da morte, as energias que determinam as estações, a sexualidade e o nascimento, daquela que compreende o hiato entre os dois mundos.

A Perséfone madura ressurge de algum modo do mundo espiritual, ainda que permaneça em contato com ele.


Ela torna-se a feiticeira, a terapeuta, uma mulher sábia, alegre e bem humorada, que acha engraçada e divertida toda a loucura humana.

E, mesmo quando anciã, ainda preserva toda sua juventude e, como uma jovem iniciada, traz consigo a jubilosa sabedoria dos anos.


Referência:Referência: As Deusas e a Mulher - Jean Shinoda Bolen
A Deusa Interior - Jennifer Barker Woolger/Roger J. Woolger


ALINE SANTOS: É Jornalista, Terapeuta Holística,Taróloga,Cabalista, Professora,Educadora Patrimonial, Escritora, Numeróloga, Pesquisadora de Ciências Ocultas, Palestrante, e atende nas áreas de Florais de Bach, Fitoterapia, Aromaterapia, Terapia com cristais, Reiki, Cura Prânica, Tarô Terapêutico e Numerologia.
E-mail: arcanjo.azul@hotmail.com

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