O retorno da Deusa, para renovação baseada no espírito feminino, é um aspecto vitalmente importante na busca que a mulher moderna empreende em direção a sua totalidade.
Nós mulheres que alcançamos sucesso no mundo, somos via de regra, "filhas do pai", ou seja, somos bem adaptadas a uma sociedade patriarcal (de orientação masculina), e acabamos por repudiar nossos próprios instintos e energias mais essencialmente femininos; rebaixando-os e deformando-os da mesma forma que a sociedade patriarcal o fez.
Precisamos retornar a esse mundo e redimir o que o patriarcado freqüentemente considera apenas como uma ameaça perigosa (instinto, intuição), chamando-a de mãe terrível, dragão ou bruxa. O ego patriarcal dos homens, e também o das mulheres, para atingir o estágio heróico de disciplinamento do instinto, de esforço e de progresso voou para longe da Deusa. Tentaram matá-la ou dividi-la em pedaços para tirar-lhe a potência.
Mas é em direção a eles, e especialmente aos seus aspectos reprimidos pela cultura, as profundezas ctônicas, caóticas, inelutáveis (subconscientes) , que o novo ego, bem equilibrado através das energias Yin e Yang em seu processo de individuação, deve retornar para o encontro de sua matriz e da força incorporada e flexível que lhe permitam ser ativo e vulnerável e conquistar uma base própria, como também relacionar-se com os outros de maneira que se possa sentir, o que se sentiria caso se estivesse na situação e circunstâncias experimentadas, e vivenciadas por outra pessoa.
Esse retorno é freqüentemente considerado como um modelo de desenvolvimento feminino.
É o que Erich Neumann chama de reconexão com o si mesmo, mas Adrienne Rich descreve assim:
"A mulher que eu precisava chamar de mãe foi silenciada antes de eu ter nascido".
Infelizmente, a maioria das mulheres modernas, na verdade quase todas, não receberam desde o início os cuidados da mãe.
Pelo contrário, foram criadas em lares difíceis, de autoridade abstrata e coletiva ( ditado pela sociedade patriarcal) (cortadas do contato com a terra, lado intuitivo, feminino, matriarcal), cheio dos "é preciso", dos "deve-se", dos "é preciso que", dos "tem que" do superego.
Então acabaram por identificar-se com o pai e a cultura patriarcal, alienando-se de sua própria base feminina e da mãe pessoal, que freqüentemente é considerada por elas como fraca e irrelevante. Essas mulheres têm a necessidade urgente de se defrontarem com a Deusa em sua realidade fundamental.
Uma conexão interior dessa natureza é uma iniciação essencial para a maior parte das mulheres modernas do Ocidente; sem ela não poderão ser completas.
Esse processo requer, a um só tempo, um sacrifício de sua identidade como filhas espirituais do patriarcado, e uma descida para dentro do espírito da Deusa, porque uma extensão enorme da força e da paixão do feminino está adormecida no mundo subterrâneo, no exílio há mais de 5000 anos.
ALINE SANTOS: É Jornalista, Terapeuta Holística, Taróloga, Cabalista, Professora, Escritora, Palestrante, e atende nas áreas de Florais de Bach, Fitoterapia, Aromaterapia, Terapia com cristais, Reiki, Cura Prânica e Tarô Terapêutico.
EMAIL: arcanjo.azul@hotmail.com
Nenhum comentário:
Postar um comentário