Ó deusa dos homens, ó deusa das mulheres,
Tu, cujo desígnios ninguém pode compreender,
Onde olhas com compaixão o morto vive outra vez,
O doente é curado, o aflito é salvo de sua aflição.
Eu, teu servo, pesaroso, em suspiros
E em angústia, te imploro.
Considera-me, ó minha senhora,
E aceita a minha súplica.
Compadece-te de mim e ouve a minha oração!
Grita para mim "Basta!" e deixa que
O teu espírito seja apaziguado.
Por quanto tempo irá meu corpo, que está cheio
De inquietação e confusão, lamentar?
Guia meus passos na luz, que entre os homens
Eu possa gloriosamente procurar o meu caminho!
Deixa minha oração e minha súplica chegar a ti,
E deixa tua grande compaixão cair sobre mim,
Para que aqueles que para mim olharem,
Possam exaltar o teu nome,
E que eu possa glorificar a tua divindade
E o teu poder diante da humanidade!
Há muitas histórias sobre a descida da Deusa, o mito de Coré-Perséfone dos gregos, a Psique romana, ou as heroínas de contos de fadas que vão até a mãe Hulda, Baba Yaga ou a bruxa da casa de pão de mel.
O mito mais antigo que se conhece sobre esse motivo foi escrito pelos sumérios no 3º milênio antes de Cristo ( mas provavelmente é mais antigo, remontando a tempos anteriores a própria escrita). Ele é conhecido como a "Descida de Inana", a rainha suméria do céu e da terra.
No poema sumério, Inana decide ir ao mundo subterrâneo, como precaução a Deusa dá instruções a Ninshubur, sua serva de confiança, no sentido de pedir ajuda aos deuses para garantir o seu retorno, caso ela não volte em três dias.
Inana é detida na primeira porta do mundo inferior, onde revela a sua identidade. O guardião informa a Ereshkigal, a rainha do grande abismo, que a rainha do céu pede para ser admitida à "terra de onde não há retorno" para presenciar os funerais de Gugalana, marido de Ereshkigal.
Ereshkigal determina que Inana seja tratada de acordo com as leis e ritos destinados a todos que entram no seu reino: ela deve ser trazida a sua presença "nua e curvada" (como os sumérios eram colocados no túmulo).
O guardião executa as sua ordens, a cada uma das sete portas de entrada ele remove uma das vestes de Inana. Agachada e desnuda ela entra no submundo e seu corpo é enfiado em um poste,(ela é crucificada).
No 3º dia vendo que Inana não volta Ninshubur coloca em execução suas instruções de levantar os deuses e o povo com tambores fúnebres e lamentações.
Ninshubur dirige-se aos Deuses Enlil e Nana ambos recusam-se a interferir, finalmente Enki deus das águas e da sabedoria, ouve o apelo de Ninshubur e resgata Inana, utilizando-se de dois carpidores feitos com a sujeira de suas unhas.
Estes descem ao mundo inferior sem serem notados, levando alimento e a água da vida que Enki lhes dera para ressuscitar Inana, ao verem Ereshkigal que gemia em dores de parto, compadecem-se dela e com essa atitude asseguram a libertação de Inana, Ereshkigal se sente tão grata pela empatia deles, que finalmente, entrega o corpo de Inana.
Inana restituída a vida é avisada de que precisará mandar alguém ao mundo inferior para ocupar o seu lugar. Para agarrar essa vítima de sacrifício os servos de Ereshkigal a rodeiam, enquanto ela retorna através das sete portas e exige suas vestes.
Na busca de um substituto Inana não entrega nenhum daqueles que choraram a sua morte, mas na sua busca, encontra-se com Dumuzi (Tamuz), sentado feliz da vida no trono de Inana, ela então o entrega aos servos de Ereshkigal, ele tenta fugir com a ajuda de sua irmã Geshtinana, mas não consegue; então Inana decide que ambos os irmãos devem dividir a condenação, e passar seis meses cada um no mundo subterrâneo.
Os poderes da Deusa Inanna
Inana era a deusa do amor, do erotismo, da fecundidade e da fertilidade, entre os antigos Sumérios, sendo associada ao planeta Vênus. Era especialmente cultuada em Ur, mas era alvo de culto em todas as cidades sumérias.
No ciclo da Deusa Inanna há a criação, a reprodução e a destruição.
Hoje a Deusa pode ser visualizada como um ciclo da criação, da destruição e do renascimento, nos mostrando os aspectos luminosos e obscuros da Deusa, e da nossa personalidade.
Aventure-se na busca de seu conhecimento, da sua personalidade, da sua sombra, do seu poder, pois é só assim que alcançará o equilíbrio, a iluminação e a conclusão.
JORNADA AO SUB-MUNDO
Para realizar esta jornada você necessitará em primeiro lugar de um recinto fechado, de preferência chaveado para ter o máximo de privacidade, livre de interferências.
Outros materiais:
1 vela branca (colocada à sua frente)
1 taça com água (à direita)
1 incenso (à sua escolha, pode ser colocado à esquerda).
1 espelho virgem
Como a Deusa Inanna você escolheu fazer esta viagem ao sub-mundo, portanto é necessário tenha consigo 7 objetos para se desfazer, podem ser peças de roupa, bijouterias (colar, brincos etc...).
Crie um espaço sagrado no seu imaginário, sente-se ou fique em pé, em frente à vela e invoque a Deusa com suas próprias palavras ou diga:
“Oh Inanna, Rainha do Céu e da Terra,
Que regenera os destinos à cada lua nova,
Me envolva com seu manto de sabedoria,
Me guie nesta viagem, que já lhe é tão conhecida,
Estou disposta(o) à descer ao sub-mundo
para compreender sua magia e mistérios,
pois estes conhecimentos são necessários
para a evolução de minha alma.
Deusa Inanna, poderosa rainha dos povos antigos
Abençoa-me na luz da sua consciência!”
Se quiser coloque uma música!
Quando estiver pronta(o), faça uma respiração profunda, desapegando-se de tudo. Feche os olhos.
Inspire e relaxe o corpo.
Agora abra os olhos e se encare-se no espelho.
Lentamente comece a tirar sua roupa, dando a cada uma delas o nome de um elemento que é negativo em sua vida (inveja, ciúme, raiva,etc).
Diga adeus a estes elementos e deixe as vestes caírem ao chão.
Feito isso, sente-se em frente a vela.
Inspire e expire lentamente por três vezes, feche os olhos e visualize então a entrada de uma caverna.
Você está diante dela e deve entrar. Lá dentro é seguro e você descerá bem fundo, até ver uma luz no fim deste túnel.
Entre sem medo e chame sua sombra. Qual é sua aparência? Como ela faz você sentir? O que ela tem para lhe dizer? Tente conversar com ela por um determinado tempo.
Se tiver medo quando encontrar este seu lado sombrio, continue respirando profundamente e reconheça o medo, ele está ali para ajudá-la(o).
Ser capaz de testemunhar todos os aspectos de nós mesmos, com ou sem medo, e reconhecer estes aspectos é o que nos leva à totalidade.
Após conversar com sua sombra, agradeça e despeça-se dela.
Agora é hora de voltar, portanto diga adeus à sua sombra e caminhe de volta ao túnel, sentindo-se energizada(o), revigorada(o).
Suba cada vez mais até chegar a entrada da caverna.
Respire fundo e, enquanto solta o ar, volte ao seu corpo.
Respire fundo mais uma vez e quando estiver pronta(o) abra os olhos.
Feliz Retorno!
Agradeça a presença da Deusa Inana!
Lembre-se de que a respiração profunda faz toda diferença.
Se a vela ainda não terminou, deixe que queime até acabar, após recolha os restos da vela, a água e coloque em um jardim ou vaso de planta, guarde o espelho envolto em um tecido preto onde ninguém possa mexer.
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ALINE SANTOS: É Jornalista, Terapeuta Holística, Taróloga, Cabalista, Professora, Escritora, Palestrante, e atende nas áreas de Florais de Bach, Fitoterapia, Aromaterapia, Terapia com cristais, Reiki, Cura Prânica e Tarô Terapêutico.
EMAIL: arcanjo.azul@hotmail.com
EMAIL: arcanjo.azul@hotmail.com
PARABÉNS, ALINE,
ResponderExcluirvocê expôs lindamente este mito, talvez o mais feminino dos mitos.
Antes de entrar neste seu blog, havia descrito um pouco deste mito no meu blog:
http://mulhermitoemagia.blogspot.com e na comunidade do orkut, da qual sou mediadora: Mito e Magia.
Também sou uma apaixonada por mitologia e participo há oito anos de um grupo de discussão de mitos, Mitologia Grega.
No blog Mulher, mito e magia, exponho meu contato com o mito através de um livro de iniciação feminina.
Ficaria honrada se você visitasse este blog e quem sabe a comunidade que é mais dirigida a adolescentes e me deixasse sua opinião.
abraços,
Bernadete
Peço sua permissão para copiar este texto e deixá-lo na comunidade e no blog:
ResponderExcluirhttp://mulhermitoemagia.blogspot.com
Desde já agradeço,
Bernadete Hesse
nossa..... linda explicação muito grata a vc
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